quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A educação pública pede socorro!

Inaceitável a situação da educação pública brasileira! Inaceitável a situação do suporte à educação pública! Crianças e jovens estão sozinhos nessa caminhada. Caminhada que precisa ser amparada pelo governo. Um governo que seja paternalista, mas como um bom “pai” que saiba limitar os desejos de seus filhos; e não, que estimule mais a pobreza e a dependência familiar em relação a benefícios sociais. Um governo que olhe realmente às necessidades dos seus “filhos”.
“Toda ação humana é potencialmente geradora de significados, potencialmente transcendente, mas apenas alguns poucos gestos têm a sorte de fazer a História, reservam seu lugar no futuro. A menos que você seja um professor(a). Neste caso, cada palavra dita, cada movimento do olhar tem seu lugar reservado no futuro do outro, do país, do mundo. Por bem e por mal”, por Wanderley Codo (coord. ) do livro “Educação: carinho e trabalho”.
Professores, educadores, orientadores, enfim, equipe escolar que se volta a um aluno e busca conduzi-lo ao melhor significado que deve ter na construção da sua vida. Por bem estamos nesse caminhada, mas como fazer isso se o governo não ampara os alunos com ajuda especializada para que a aprendizagem do conteúdo didático seja construída? Um aluno tem, sim, seu lugar na História e merece fazer parte dela com o seu melhor significado.
Quando inserido no ambiente escolar ele forma uma sala de aula. Essa por sua vez seria a perfeita se ele estivesse acompanhado só por alunos, física, mental e cognitivamente capazes. Seria ótimo trabalhar assim. Mas, a realidade não é essa. Cada um com a sua questão, com o seu organismo, exercendo e ocupando seu lugar na educação. Por isso, temos alunos com deficiência auditiva, que desistem de estudar por não terem condições de acompanhar a turma; temos alunos com deficiência fonoaudiológica que em 9 meses depois de iniciado o processo de construção da alfabetização não reconhecem a primeira vogal “a” ; temos alunos que insistentemente precisam de atenção porque se sentem inseguros psicologicamente para serem independentes uma vez que em casa o entorno lhes é algo perturbador; temos alunos que são violentos porque presenciam a violência doméstica diariamente em seu ambiente; ... .
Enfim, temos alunos que participam da História, e por bem ou por mal caminham. Enfim, temos o governo que participa da História e, infelizmente bem ou mal, exerce sua influencia. Influencia que deveria existir como sendo a melhor possível na vida dos nossos alunos. Aquela que seja aceitável. Aquela que realmente transforme e forme o futuro dos nossos alunos.
Dessa forma, cabe olhar aos nossos alunos com empatia, “einfühlung”, termo em alemão que significa, literalmente, “sentir dentro”. Ser empático é um estado de identificação mais profundo da personalidade em que o verdadeiro entendimento entre as pessoas pode ocorrer. Conseguir se identificar com o outro, sentir como se fosse o outro, imaginar como um aluno aprende, imaginar como um aluno aprenderia mais se enxergasse melhor, se escutasse melhor, se estivesse afetivamente mais calmo, ... .
Por bem à educação, os nossos alunos merecem ser salvos!

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