quarta-feira, 1 de setembro de 2010

É uma questão de educação.

(Gabriela Pujol Bell Fernandes – educadora).
A educação que vem de casa. A educação que vem da rua. A educação que vem da escola. A educação de que se serve o ser humano para ser humano, sociável, um bom cidadão, educado e consciente dos seus deveres. Sendo assim, a cidadania é uma questão de educação. Principalmente em época de eleições, em época de mudanças nas figuras de poder que exercem os cargos superiores em relação à sociedade. Como representar a sociedade? Quem é mais importante, o representante político ou a classe cidadã chamado de povo? O político também é um cidadão. O cidadão também é um político.
Para o filósofo Immanuel Kant, segundo Lilliana e Michele Iacocca no livro “O que fazer? Falando de convivência”, “o homem é responsável pelos seus atos e tem consciência do seu dever”. Todos nós somos responsáveis pelos nossos atos principalmente porque de acordo com as leis divinas somos seres humanos dotados do livre arbítrio como coloca tão bem o apóstolo Paulo: “tudo posso mas nem tudo me convém”. Por isso, o que nos convém como cidadãos?
Para Aristóteles, no mesmo livro citado, “o homem bom deve ser um bom cidadão”. Então, queremos que os nossos representantes estejam lá tendo consciência das suas reais obrigações na hora de fazer política e decidir pela sociedade sobre o que lhe é mais certo. No entanto, se um político deve ser um bom cidadão, ele tem seus direitos em escolher mas precisa do dever de fazer a coisa certa pois na representação do povo, a posição que ocupa é o lugar para ele fazer isso.
Sendo assim, o cidadão precisa da educação que venha de algum lugar, mas que venha a lhe trazer a capacidade de questionar o que é ser cidadão. De acordo com Marilena Chauí em “Convite à Filosofia”, em nossa sociedade é muito difícil despertar nas pessoas o desejo de buscar a verdade, pois todo mundo acredita que está recebendo de modos variados e diferentes, informações verdadeiras”. Por isso, para que saibamos como ser verdadeiros cidadãos, políticos nas nossas relações, precisamos estar voltados à busca do que realmente tem valor. Um político tem o poder de criar leis e assim, teria como poder supremo a autoridade das escolhas, mas o cidadão é quem precisa das questões assistidas por um político, então, dessa forma, Nietzsche em Assim Falou Zaratustra, coloca que, “amo o que vive para discernir, e que quer conhecer, a fim de que um dia viva o super-homem, porque assim quer o seu desfecho”.
Seria assim, aquele que questiona, um homem bom como pensou Aristóteles e um homem responsável pelo seu dever como para Kant?
De qualquer forma, ser cidadão bem educado é ter consciência do poder que tem suas escolhas, principalmente quando essas são bem fundamentadas e assertivas. Viva a política! Viva a oportunidade de escolha dada ao ser humano para optar por uma convivência social mais bem organizada.
Artigo publicado no Diário de Petrópolis – 18/08/2010

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